quinta-feira, 4 de março de 2010

Alma


Fecho meus olhos
Para não mais
Abri-los.
Tranco-me
Neste escuro sombrio,
Desfaço-me da luz,
Das cores,
Das asas que me destes.
Como doe sentir
Minhas lágrimas
Banhar o jardim que
Outrora era tão cheio
De ti.
Eu que era
Sua fonte dos desejos
Perdidos,
Agora sou rosa
Despetalada;
Apenas
Cravos brancos
Acompanham-me.
O frio da manha
Ensolarada me reveste,
Arranca de meu
Féretro corpo
A alma que te amou,
Que te sorriu,
Que te beijou,
Que um dia viveu.


Malcy Negreiros

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